Índios fazem apresentação na Escola Almiro da Cruz
Texto: Geneuza Muniz
A escola recebeu ainda uma exposição das artes produzidas pelo grupo
No último dia (09) a EEMTI Almiro da Cruz localizada no sítio Santana II em Barbalha promoveu um encontro com os indígenas Fulni-ôs. Com o objetivo de refletir e incentivar o respeito à diversidade e estimular o contato com a cultura indígena, cerca de 350 alunos do ensino médio tiveram uma manhã diferenciada. Os alunos assistiram a fala dos professores da área de Ciências Humanas sobre a importância da cultura indígena, em seguida o grupo Fulni-ôs interagiu com os professores e alunos presentes através de uma dança e por último houve a exposição de artesanatos produzidos pelo grupo.
O professor de História Alysson Alves esclarece como esses conteúdos são inseridos no dia a dia dos alunos. “Buscamos trabalhar a lei 11.645 através da descolonização do pensamento e construindo uma relação identitária entre os alunos e nossas raízes ancestrais”. Ele também pontua a importância dentro do contexto atual. “Diante da negação da cultura dos povos indígenas e dos inúmeros ataques que esses povos sofrem, a escola exerce um papel essencial como instrumento de resistência e difusão dos saberes indígenas”.
Flychymaya um dos representantes do grupo avaliou o momento como de extrema importância. “Poder ouvir as perguntas dos alunos, poder interagir, essa troca de conhecimento foi muito bom”.
O grupo Fulni-ôs, natural de Águas Belas- PE, é o único grupo do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua – o Ia-tê – assim como um ritual a que chamam Ouricuri. Atualmente todos os índios em Águas Belas falam português; em Ia-tê se comunicam principalmente os adultos e idosos; os mais jovens e as crianças usam com mais frequência o português. Apesar de que o Ia-tê possa estar perdendo terreno para o português, tem ou cumpre um importante papel dentro da sociedade indígena.
Atualmente, há leis que asseguram a obrigatoriedade do ensino da cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas nas escolas. A lei 10.639 foi sancionada em 2003 e institui o ensino da cultura e história afro-brasileiras e africanas. A lei 11.645 complementa a lei 10.639 ao acrescentar o ensino da cultura e história indígenas. Ambas alteram a lei 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.